Em cartas, professores dão um basta a “mentiras e calotes” do Governador
Indignação
e revolta com desmandos, mentiras, calotes, desvalorização
profissional e autoritarismo. Esse é o teor das cartas escritas por
educadores na Aula da Cidadania realizada pelo Sintego em frente ao
Palácio Pedro Ludovico no segundo dia da greve nacional, na terça-feira,
18. As cartas foram escritas em resposta a outra enviada por Marconi
Perillo em 2010, quando ele era candidato e prometia investimentos na
Educação e pagamento acima do piso salarial e acabou fazendo tudo ao
contrário do prometido. “Não queremos bonificação e sim nossa
titularidade e data base em dia”, escreveu um professor.
Em
outra carta o remetente relata sua decepção e vergonha e atira: “Até o
momento só vejo mentira e descaso pelas escolas públicas (...) Senhor
governador valorize nosso trabalho!”. Tem também professor que declara
que ajudou o atual governador a se eleger votando e pedindo votos para
ele. “Que pena que minhas expectativas de valorização foram
transformadas em uma profunda decepção e indignação”, desabafa. Outra
carta destaca a falta de infra-estrutura e os baixos salários: “Escolas
caindo aos pedaços, banheiros piores que de rodoviária, falta de
dinheiro para transporte, vale alimentação e sobretudo, ausência de
respeito com nossa categoria(...) Tenha atitude governador!”.
Outro
educador conclui sua carta descrevendo “tristeza pela inocência de ter
acreditado” e depois avalia o comportamento do chefe do Executivo goiano
e preconiza que “Sua administração foi reprovada governador”. Outro
texto ironiza o governador agradecendo por todos os seus desmandos:
“Professor em nosso país não tem valor e você cumpriu direitinho essa
premissa. Obrigada por retirar nossa gratificação de titularidade.
Obrigada por deixar nossas escolas sucateadas. Obrigada por nos tratar
com tanto descaso. Pode esperar, excelentíssimo governador...”.
Também
revoltada com o chicote carrasco do Estado, uma professora escreveu que
“quero ser profissional da Educação e não servo de cabresto”.
Indignada ela continuou: “Bem pior que a ditadura é o seu governo, pois
nos roubou a titularidade, foi um ano e quatro meses de pós- graduação
jogado no lixo. Não quero bônus. Quero valorização, respeito e
dignidade”. Esses são apenas alguns recados que refletem a indignação
dos profissionais da Educação que querem dar um basta a um governador
mentiroso , autoritário e caloteiro.
A
presidenta do Sintego, Iêda Leal, diz que a entidade está recolhendo as
demais cartas e que estas serão entregues ao governador. Ela diz que a
revolta dos educadores se explica porque “desde o início de seu mandato o
governador se comporta de forma autoritária e arbitrária, agindo com
total descaso aos trabalhadores em Educação impondo perdas tanto aos
docentes quanto ao administrativo”. Iêda destaca que o descaso do
governador pela Educação de qualidade se evidencia nos sucessivos
calotes no grupo mais especializado da categoria, os PIII e PIV, que
totalizam 96% dos professores da Rede Estadual de Ensino. Ela recorda
que “em 2012 o Estado praticou a incorporação ilegal de 30% de
titularidades, em 2013 e 2014 deu calote de quatro meses a este mesmo
segmento na recomposição do Piso e isso resultará ao final de seu
mandato, em dezembro de 2014, em uma perdA de quase R$ 30 mil reais".
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