segunda-feira, 16 de maio de 2011

Algumas poemas sobre o 13 de maio...

13 DE MAIO
DIA DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS

Manhã de 14 de maio de 1888
O sol companheiro sorri.
Minha gente de pele escura,
Pela primeira vez livre em terra estranha,
Caminha dispersa, subindo os altos e chapadas,
À procura de abrigos nesse Brasil inverso.
Receberam asas....presas
Asas de uma liberdade mascarada
Sob a tinta de uma pena,
Na mão submissa, a uma vontade forçada.
Mas, receberam asas....para voar,
E o seu território conquistar.
Minha gente de pele escura,
Dantes fechadas nas senzalas
Hoje, perdidas no mundo obscuro
Da verdade racista que cala,
E que pelo menosprezo fala.
Mas, minha gente de pele escura
É guerreira e não se curva.
Povo nômade, que em retirada ,
Deixam pra trás o calabouço,
Dos homens brancos o açoite.
Um novo estilo o assume,
A discriminação da raça
novamente os pune.
Mas, minha gente de pele escura,
tem destino, seus direitos que o intimam
Manhã de grande esperança,
aquela de 14 de maio de 1888.
Cento e dezesseis anos depois,
Peregrinos de um verde desfigurado
Pela razão das mentiras alçadas,
Do Império a desdita que ainda grita.
Mas, meu povo de pele escura,
Não desiste, na sua vitória insiste.
Gente brava,
essa minha gente de pele escura.
Quanto orgulho temos de nós mesmos,
Somos bravos sim,
Alicerce de culturas
extraídas na nossa conivência pura.
Manhã de 14 de maio de 1888,
Manhã de 14 de maio de 2004,
Manhãs entre essas duas datas,
Minha gente se multiplica em
Cidadãos brasileiros,
Que solidificam suas raízes,
No sangue afro-brasileiro,
Que avançam sempre na conquista
De uma nova manhã, sem preconceitos,
para um futuro com bons feitos.
Autora: Jair Martins



A ESCRAVIDÃO
A escravidão não foi só
o domínio do forte sobre o fraco,
do rico sobre o pobre,
do poderoso sobre o indefeso.

Não foi só
questão de supremacia
de raça,
de cor,
de dinheiro.

Não foi só
expressão de ganância,
de injustiça,
de calculismo,
de desumanidade.

Não foi só
o mais torpe degrau
da cegueira humana,
da pequenez da alma,
da miséria interior.

Foi também
e, primacialmente,
evocando Zumbi,
a certeza de que,
dentre os valores mais caros,
nada suplanta o do anseio
da liberdade!

Autor: Luiz Carlos de Oliveira

A ESCRAVIDÃO
(2ª parte)

A igreja pediu perdão ao escravo!
Mas, para que perdoada seja,
faz-se preciso mais do que isso.
Há que lhe devolver a vida
- levianamente ceifada -
e assumir o compromisso
de que ela será respeitada
- aqui na terra e no além -
e entender, definitivamente,
que o negro, o pobre e o indigente
são gentes também!

Autor: Luiz Carlos de Oliveira


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